A frase
acima “vem aí a Ernadada” foi lida por todos os/as
alunos/as da EMEF Ernani Silva Bruno (escola onde sou coordenadora
pedagógica), em um banner afixado no pátio da escola dias antes da
semana da criança. Para quem não sabe, a “Ernanada” é o nome
carinhoso (que vem de Ernani, nome da escola) para uma “competição
saudável” que acontece na escola durante a semana da criança. Mas
por trás da competição, há vários outros objetivos, todos
relacionados ao Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola.
O
primeiro deles tem a ver com a convivência, protagonismo e trabalho
cooperativo entre professores e alunos. Durante uma semana, crianças
de 06 a 10 anos (primeiro ao quarto ano do ciclo I) e adolescentes de
11 a 14 anos (quinto ao oitavo ano do ciclo II) trabalham juntas/os
em suas equipes. Há toda uma preparação para que isso ocorra.
Antes, é necessário distribuir as crianças e adolescentes nas 06
equipes (6 no ciclo I e 6 no ciclo II). Por exemplo, se a professora
tem uma classe de primeira série, ela precisa dividir o número de
crianças em 6 grupos diferentes. Com todas e todos fazendo isso,
têm-se grupos multi-idades. Quando todos os grupos estão formados,
todos os dias eles se reúnem para desenvolver diversas atividades
relacionadas às competições.
A
Ernanada tem um tema específico. Esse ano o tema foi o “centenário
de Luiz Gonzaga e cultura nordestina”. Cada equipe tem uma cor e um
tema. A cor é sorteada e o tema também. Por exemplo, no ciclo I
tínhamos as equipes verde, vermelha, amarela, azul, laranja e
marrom. Cada equipe desenvolveu um tema específico dentro do tema
geral: comida típica nordestina, cordel, causos, festas populares,
música, entre outros. Então funciona assim: cada equipe precisa
pesquisar sobre o assunto sorteado e preparar uma apresentação do
tema para todas as outras equipes. Além disso, cada equipe precisa
criar um grito de guerra e uma bandeira.
Além
dessas atividades, as equipes precisam se preparar para as outras
provas:
- Quem sabe, sabe (aonde os alunos irão responder à questões relacionadas ao tema do evento, no caso, o centenário de Luíz Gonzaga)
- Quem sabe, canta (nós colocamos uma música nordestina e, quando a música parar, a equipe tem que continuar cantando)
- Cante você (cada equipe devia preparar a apresentação de um repente)
- Caça-tranqueira (cada equipe precisa unir durante a semana objetos que tem a ver com o tema, pois serão pedidos no dia da competição. Ex. Chapéu de nordestino, fuxico, etc.)
- Dançar forró (cada equipe escolhe um casal para dançar forró e representá-la)
- Dançar frevo (cada equipe escolhe um casal para dançar frevo e representá-la)
- Vestir-se tipicamente para desfilar em um dos dias (esse dia é avisado com antecedência)
No ano
anterior, o tema foi “escritores/as”: cada equipe estudava a
biografia e obra de um/uma escritor/a e tinha que apresentar e as
provas variavam bastante: tivemos concurso da melhor foto feita com o
laptop educacional do projeto UCA (Um computador por aluno), entre
outras. As provas também podem variar entre ciclo I e ciclo II, por
exemplo: os dois ciclos tinham a prova “quem sabe, sabe...”, mas
as perguntas eram diferentes.
As
competições acontecem durante três dias seguidos e, no último
dia, há festa de encerramento com música típica, cachorro quente e
bolo para o dia das crianças. É quase que uma “missão
impossível” descrever o envolvimento dos professores e dos alunos.
As atividades acontecem na quadra coberta da escola, e parece um
arco-íris, já que as equipes também pontuam pelo número de
pessoas vestidas pela cor da equipe. Pom-pons coloridos também são
bem-vindos. Há uma equipe julgadora composta por funcionários da
escola e um “animador/a” que geralmente é o diretor e as
coordenadoras pedagógicas.
As
equipes vencedoras de 2012, uma do ciclo I e outra do ciclo II
ganharam como prêmio um dia em uma chácara, com piscina, almoço e
diversas atividades recreativas.
A semana
que antecede à Ernanada, é sempre muito corrida e exige um trabalho
coletivo imenso: professores e funcionários se ajudam para que dê
tudo certo. Para as crianças e jovens é um aprendizado enorme: eles
pesquisam, vão atrás de materiais diversos, precisam decidir
coletivamente como apresentarão o seu tema, precisam criar o grito
de guerra, criar a bandeira, estudar, preparar a apresentação, e
isso tudo em grupo: ou seja, precisam dividir as tarefas,
ajudarem-se, delegar atividades, considerar o que cada um tem mais
facilidade, lidar com a diferença de idade...olha quanto
aprendizado! E as professoras e os professores precisam trabalhar em
grupos também...descobrem novas parcerias e se envolvem tanto...que
as vezes é preciso acalmar os ânimos...rsrs
Mas no
fim, todos/as ganham e as crianças e adolescentes se divertem a
aprendem muito! Afinal, quem foi que disse eles/as só aprendem
dentro da sala de aula, com a mesma idade, todos fazendo a mesma
coisa ao mesmo tempo?
Agora
todos/as sabem quem foi Luiz Gonzaga, o que ele representa, onde
nasceu, entre outras coisas...cultura na escola!
E você,
o que achou?
Por Edna
Telles
Adorei a ideia e parabéns a todos pelo trabalho!
ResponderExcluirAi que saudade do cês.
Margaret
Oi Margaret, obrigada por prestigiar nosso trabalho! Você faz muita falta! Boa sorte aí na escola!
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